QUEM SOMOS NÓS

Projeto Nagô é uma ação de pesquisa e extensão da Universidade Federal de Goiás – UFG Câmpus Goiás, que trabalha com a formação de professores em perspectivas voltadas aos Direitos Humanos. Fundado em 2017 pelo professor Dr. José Humberto Rodrigues dos Anjos, tem como objetivo trabalhar com a formação de professores em uma perspectiva antirracista. Em suas discussões, debate tanto na esfera teórica, quanto prática as formas de reconhecimento da cultura africana e afro-brasileira, consoante ao que é proposto nas leis 9394/1996, 10.639/2003 e 11.645/2008.

É fruto da linha de pesquisa Relações étnico-raciais, literaturas e práticas pedagógicas decoloniais, do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas da Universidade Federal de Goiás – Câmpus Goiás.

Dedica suas ações tanto na esfera do ensino, no assessoramento das disciplinas de Educação Étnico-racial, quanto na pesquisa e extensão, submetendo projetos em demanda universal, ou espontânea de iniciação científica e apoio à comunidade externa. 

COMO PARTICIPAR DO PROJETO
Para participar do Projeto Nagô envie um e-mail para josehumberto2@ufg.br e se informe de quando ocorrerá a próxima seleção.

MISSÃO

Promover formação continuada para professores com foco nas práticas pedagógicas antirracistas e que promovam o diálogo e alteridade.

VISÃO

Ser referência na área de antirracista na cidade de Mineiros e região, promovendo o desenvolvimento significativo da educação e dos profissionais que nela atuam

VALORES

Nossos Valores estão calcados no compromisso com uma educação de qualidade e socialmente referenciada, quais sejam:

  • Antirracismo e demais formas de preconceitos interseccionais;
  • Equidade e respeito às diversidades;
  • Ética e integridade;
  • Formação e desenvolvimento profissional;
  • Respeito e valorização do ser humano;
  • Difusão do conhecimento e da história afro-brasileira

PRINCÍPIOS ​​

A única história cria estereótipos. E o problema com estereótipos não é que eles sejam mentira, mas que eles sejam incompletos. Eles fazem uma história tornar-se a única história […] A consequência de uma única história é essa: ela rouba das pessoas sua dignidade. Faz o reconhecimento de nossa humanidade compartilhada difícil. Enfatiza como nós somos diferentes ao invés de como somos semelhantes.

ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O perigo de uma história única. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. p.26.

[…] o epistemicídio é, para além da anulação e desqualificação do conhecimento dos povos subjugados, um processo persistente de produção da indigência cultural: pela negação ao acesso à educação, sobretudo de qualidade; pela produção da inferiorização intelectual; pelos diferentes mecanismos de deslegitimação do negro como portador e produtor de conhecimento e de rebaixamento da capacidade cognitiva pela carência material e/ou pelo comprometimento da autoestima pelos processos de discriminação correntes no processo educativo. Isto porque não é possível desqualificar as formas de conhecimento dos povos dominados sem desqualificá-los também, individual e coletivamente, como sujeitos cognoscentes. E, ao fazê-lo, destitui-lhe a razão, a condição para alcançar o conhecimento “legítimo” ou legitimado. Por isso o epistemicídio fere de morte a racionalidade do subjugado ou a sequestra, mutila a capacidade de aprender etc. É uma forma de sequestro da razão em duplo sentido: pela negação da racionalidade do Outro ou pela assimilação cultural que em outros casos lhe é imposta.

CARNEIRO, Aparecida Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 2005. 339 f. Tese (Doutorado) – Curso de Educação, Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. p. 97

 

A educação como prática de liberdade é um jeito de ensinar que qualquer um pode aprender. Esse processo de aprendizado é mais fácil para aqueles professores que também creem que sua vocação tem um aspecto sagrado; que creem que nosso trabalho não é o de simplesmente partilhar informação, mas sim o de participar do crescimento intelectual e espiritual dos nossos alunos. Ensinar de um jeito que respeite e proteja as almas de nossos alunos é essencial para criar condições necessárias para que o aprendizado possa começar do modo mais profundo e mais íntimo.

HOOKS, bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática de liberdade. São Paulo: Martins Fontes, 2017. p.25.

[…] o diálogo, válida ou invalida as relações sociais das pessoas envolvidas nessa comunicação. Isto é, comunicar não é mero verbalismo, não é mero pingue pongue de palavras e gestos. A comunicação afirma ou contesta as relações entre as pessoas que se comunicam, o objeto em torno do qual se relacionam, e a sociedade na qual estão. O diálogo libertador é uma comunicação democrática, que in dominação e reduz a obscuridade, ao a armar a liberdade dos participantes de refazer sua cultura. O discurso tradicional convalida as reações sociais dominantes e a forma herdada e oficial do conhecimento […] dessa forma de entender o diálogo, o objeto a ser conhecido não é de posse exclusiva de um dos sujeitos que fazem o conhecimento, de uma das pessoas envolvidas no diálogo. No caso da educação, o conhecimento do objeto a ser conhecido não é de posse exclusiva do professor, que concede o conhecimento aos alunos num gesto benevolente. Em vez dessa afetuosa dádiva de informação aos estudantes, o objeto a ser conhecido medeia os dois sujeitos cognitivos. Em outras palavras, o objeto a ser conhecido é colocado na mesa entre os dois sujeitos do conhecimento. Eles se encontram em torno dele e através dele para fazer uma investigação conjunta.

SHOR, Ira; FREIRE, Paulo. Medo e ousadia: cotidiano do professor. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. p. 65.

Nosso Time​

Conheça alguns membros do projeto nagô.

José Humberto R. dos Anjos

Coordenador